sábado, 16 de junho de 2012

Artiscola









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Hoje visitámos a Artiscola, na rua pedonal, e ficámos à conversa com a D. Ingrid Maria Wortelboer. Fiquem a saber  um pouco do que falámos.


1. Disse que é holandesa. Há quanto tempo está em Portugal?
Há 24 anos.

2. Porque escolheu Sintra?
Casei-me com um português que nasceu e cresceu em Sintra

3. A opinião que tem de Sintra hoje é semelhante à que tinha quando cá chegou?
Era uma "bela adormecida" e assim continua, com alguma conservação mas pouca inovação.

4. Há algum sítio onde goste especialmente de ir perto do local onde vive?
Gosto de ir a Cascais porque tem muita vida. É uma cidade moderna próxima das cidades europeias.

5. Pode descrever-nos a sua loja? Como surgiu o seu projecto?
Eu tinha uma pequena empresa para fornecer material aos Jardins de Infância em Portugal. Todos os meus concorrentes tinham uma loja para receber as educadoras e quando a minha empresa cresceu, decidi abrir uma loja também. Com o objectivo de chegar a um público mais alargado, aproveitei para introduzir material educativo também para os pais.

6. O que considera ser fundamental para que projectos como o seu dêem certo em locais pequenos como Sintra?
Não posso dizer que o meu projecto tenha dado certo. Parte do meu tipo de clientela trabalha em Lisboa e faz lá as compras durante a hora de almoço ou ao fim de semana. Sintra não é suficientemente atractiva para seduzir as pessoas a virem passar o serão ou passear ao fim de semana de forma a potenciar o comércio local.

7. O que gostava de ver acontecer em Sintra que ainda não acontece?
Um projecto inovador para que Sintra se torne numa cidade regional, histórica e ao mesmo tempo moderna que atraia turistas a pernoitar por alguns dias e os cidadãos da região a passear, brincar, relaxar com a família ou sozinhos. É necessário mudar a ideia que uma Câmara só é responsável por papelada e burocracias e os buracos nas estradas. Uma Câmara é o nosso representante e usa o nosso dinheiro. Tem que servir a comunidade e criar condições de vida para os seus cidadãos.
Em Sintra faz falta ver a Câmara a estimular e apoiar as organizações /entidades comerciais locais a organizar actividades/eventos diversos para crianças, jovens e adultos com regularidade. Melhorar a oferta de estacionamento e equipamento urbano que convide as pessoas a parar oferecendo para isso ruas cuidadas e ajardinadas, música, arte, eventos... etc. Noutras palavras VIDA! Vamos para Sintra porque há sempre qualquer coisa gira ou interessante para ver é o meu lema!

8. Do que sente falta da Holanda?
Qualquer iniciativa/dinâmica/espirito criativo e empreendedor dos cidadãos que querem um Portugal competitivo, produtivo e atraente tem de enfrentar demasiados obstáculos impostos pelo Estado, Câmaras, Justiça (com processos demasiado burocráticos e lentos) e uma mentalidade pouco enérgica e acomodada. É necessário ter muita força para conseguir pouco. Na minha vida cá enquanto profissional, mãe e cidadã, senti muitas, muitas vezes mesmo, a falta do meu país neste sentido. Mas apreciei sempre muito o clima fantástico e o sorriso dos portugueses e isso ajudou-me a esquecer o menos bom. 


Artiscola
Av. Heliodoro Salgado, 15.